O que te inspirou a seguir cinema? Como começou esta tua jornada?
Desde muito cedo faço arte e, embora sempre tenha adorado filmes e animações, nunca pensei em seguir uma carreira no cinema até recentemente. A paixão surgiu nos últimos anos do ensino secundário, quando estava mais inclinada a ser autora de novelas gráficas e a levar as minhas histórias ao mundo. E, apesar de ainda adorar ilustrar e fazer pequenas bandas desenhadas, percebi que os filmes animados se adequam melhor ao meu estilo de contar histórias. Vejo todas as ideias na minha cabeça como uma espécie de filme épico ou uma sequência de desenhos, e foi por isso que decidi estudar animação e tornar-me animadora/realizadora.
Como descreves a premissa da tua curta-metragem? Qual foi a inspiração para a história?
Excesso de pensamento é algo com que luto frequentemente. Isso já causou muitos problemas ao longo da minha vida e colocou-me em situações complicadas. Ainda faz parte da minha vida e vejo muitos à minha volta a lidarem com o mesmo. Decidi, então, explorar isso neste filme e mostrar as minhas próprias experiências de forma bem humorada, pois, quando penso bem, tudo me faz rir. Uma das maiores inspirações foi também a minha cadela, a Momo. Ela faz parte da minha vida há mais de dois anos e é uma amiga muito querida. A sua natureza brincalhona e, por vezes, tola, bem como os seus gestos e movimentos, foram bastante espelhados no personagem principal do filme, o pássaro.
Qual é a mensagem que esperas que o público retenha depois de assistir ao teu filme?
O meu principal desejo é que este curta de animação torne o dia dos espectadores um pouco melhor e faça aparecer um sorriso nos seus rostos. O mundo tem passado por muitos eventos negativos ultimamente e, com as redes sociais a ocuparem um grande espaço nas nossas vidas, as más notícias circulam mais rapidamente do que nunca. Não precisamos de ouvir apenas coisas tristes e negativas, a alegria é também muito necessária nas nossas vidas. Foi por isso que escolhi contar esta história como uma comédia. Quis que fosse o mais agradável possível de criar, o que realmente foi; tive um enorme prazer em fazê-lo. E espero que aqueles que assistirem se divirtam tanto quanto eu. Em segundo lugar, espero que o público se relacione com o nosso protagonista e com as situações pelas quais ele passa. E, depois de assistir, que os espectadores sintam-se mais motivados a seguir o que querem fazer, sem hesitar por causa de obstáculos inesperados.
Porque achas que a ciência está a receber mais atenção dos cineastas e festivais de cinema atualmente?
Acho que, devido aos novos avanços em IA, que também impulsionaram outras tecnologias a melhorarem, a ciência ganhou mais visibilidade. Não digo que já não fosse um tema em destaque neste século, mas com todas as possibilidades que a IA trouxe, a ciência está agora na mente de mais pessoas. A IA, especialmente a IA generativa, que é de código aberto e de fácil acesso para todos, trouxe muitos debates, tanto negativos como positivos. Ultimamente, ouço muito mais notícias sobre ciência do que há alguns anos atrás; definitivamente, tornou-se um tema central do mundo atual.
O que se segue para o ‘An Inexact Science’? Tens algum projeto em mãos?
Este certamente não é o fim para An Inexact Science. Espero que continue a viajar e a conhecer cada vez mais pessoas pelo mundo e que continue a passar noutros festivais. Quanto a outros projetos, não tenho nada em desenvolvimento no momento. Estou a maturar mais ideias na minha cabeça, então, com certeza, há mais por vir. Não sei se continuarei no mesmo formato desta curta-metragem, mas definitivamente está no meu sangue pesquisar e quero muito experimentar, tanto com o formato quanto com os media.
What inspired you to pursue filmmaking? How did your journey begin?
I’ve been doing art ever since my early childhood, and while I always loved animated movies and films I hadn’t thought about pursuing filmmaking till recent years. The passion for it came during later years of high school, when I was more eager to become a graphic novelist and get my stories out there in the world. And while I still greatly love illustrating and making short comics I realized that animated movies better fit my storytelling style. I see all the ideas in my head as some sort of epic movie or a sequence of drawings, hence why I decided to study animation and become an animator/director.
How do you describe the premise of your short film? What was the inspiration behind the story?
Overthinking is what I often struggle with. It’s caused many a problem throughout my life and has gotten me in quite unsavory situations as well. It’s still a big part of my life, and I see many around me dealing with the same issue. So I decided to explore that through this movie and show my own experiences through a very comedic lenses, because when I think about it the whole thing makes me giggle.
One of the biggest inspirations was also my dog, Momo. She’s been part of my life for over two years now and is my very dear friend. Her playful, oftentimes silly nature, and even the gestures and motions is paralleled with the movie’s main character, the bird, a lot.
What is the takeaway you hope audiences leave with after watching your film?
My main hope is that this animated short makes the viewers’ day at least slightly better and helps form a little smile on their faces. World has been full of many bad events lately, and with social medias occupying quite a major place in our lives the bad news travels faster than ever. We don’t need to be hearing of sad and bad things all the time, joy is also greatly needed in our lives. That’s why I chose to tell this movie as a comedy. I wanted it to be as enjoyable as possible to make, which it definitely was, I had a great joy making it. And I hope those who will see it will enjoy it just as much.
Secondly, I hope that audience will relate to our main protagonist and the things he goes through. And I hope that after watching it viewers will feel more inclined to go for things they want to do and not dawdle because of obscure, unexpected obstacles.
Why do you think science is getting more attention in films and film festivals these days?
I think that cause of new advancements in AI, that has also ushered other technologies to improve and get better, the science has taken more of a step towards spotlight. I’m not saying that it wasn’t already quite a leading subject of this century, but with all the new things that AI has opened up a way to it’s also found its way into the forefront of many people’s minds. It has also brought lots of discussions about it, both negative and positive. I’ve been hearing comparably lot more news about science than I used to even a few years back, so it has definitely become a major topic of today’s world. And I think a reason for that is AI, especially generative AI that is also an open source and easily accessible for everyone to use.
What’s next for ‘An Inexact Science’? Do you have any projects in the works?
This is definitely not the last for An Inexact Science. I hope it will keep on traveling and getting to meet more and more people around the world and continue to tour on other festivals.
As for the other projects, there aren’t any in the process of making right now. I’m brewing more ideas in my head so there’s definitely more to come. I’m not sure if I’ll keep to the same format as this short movie, it’s definitely in my blood to research and I really want to experiment, both with the format and media.
