ANIMAÇÃO • ANIMATION

Life after fire

Miguel Ferreira, Ruben Heleno, Sérgio Timóteo
As florestas são ecossistemas vitais sustentados por interacções complexas entre plantas, animais e fungos, proporcionando serviços essenciais para a vida na Terra. Em Portugal, os incêndios florestais estão a intensificar-se devido às alterações climáticas, ao abandono de terras e às mudanças na composição das florestas, queimando anualmente 120.000 hectares. A reforestação activa é crítica, mas a maioria das áreas queimadas regenera-se naturalmente, dependendo dos animais para dispersar sementes e restaurar a biodiversidade. Enquanto estes animais estão a replantar as nossas florestas de graça, estamos conscientes de quanto nos custaria perder a sua ajuda?
Forests are vital ecosystems sustained by complex interactions between plants, animals, and fungi, providing essential services for life on Earth. In Portugal, wildfires are intensifying due to climate change, land abandonment, and shifts in forest composition, burning 120,000 hectares annually. Active reforestation is critical but most burnt areas regenerate naturally, relying on animals to disperse seeds and restore biodiversity. While these animals are replanting our forests for free, are we aware of how much it would cost us to lose their help?
CONHECE O REALIZADOR • MEET THE DIRECTOR

Miguel Ferreira, Ruben Heleno, Sérgio Timóteo

O que vos inspirou a seguir cinema? Como começaram esta vossa jornada?
Fomos inspirados tanto pelo desafio como pela necessidade de comunicar os resultados da investigação ao público em geral, materializando assim o lema do Centro de Ecologia Funcional: “Ciência para as Pessoas e para o Planeta”. Especificamente, este trabalho resulta de uma colaboração única entre investigadores, comunicadores de ciência, animadores e ilustradores para traduzir em formato de animação os resultados da investigação científica. Foi pensado para tornar a informação acessível ao público em geral e despojada ao máximo de termos técnicos.
 
Como descrevem a premissa da vossa curta-metragem? Qual foi a inspiração para a história?
Após os incêndios florestais de 2017 – os mais catastróficos da história de Portugal – o país inteiro estava em estado de choque e à procura de soluções para gerir e proteger florestas mais saudáveis, que também pudessem ser mais seguras para as populações locais. Trabalhando na dispersão de sementes, também nos questionámos sobre o papel dos animais selvagens no repovoamento das florestas queimadas, alimentando-se dos seus frutos e ejectando as suas sementes. “Life After Fire” explora a importância dos animais na dispersão de sementes e na restauração da biodiversidade nas áreas queimadas, exemplificado pelo caso português. Baseia-se em resultados obtidos a partir do trabalho de investigação desenvolvido no projeto financiado pela FCT “Life After Fire: O papel da dispersão de sementes por animais na recomposição da comunidade pós-incêndio”.
 
Qual é a mensagem que esperam que o público retenha depois de assistir ao vosso filme?
A mensagem que esperamos que o público leve do nosso curta-metragem é que a biodiversidade e a complexa rede de interdependências entre plantas e animais são vitais para o bem-estar humano e prestam um serviço gratuito, muitas vezes oculto aos olhos do público. Se as populações animais continuarem a diminuir, a perda destes serviços prestados pelos animais selvagens custaria mais de 23 milhões de euros para ser substituído, só em Portugal, e nunca seríamos capazes de o fazer tão bem como eles.
 
Porque acham que a ciência está a receber mais atenção dos cineastas e festivais de cinema atualmente?
Porque as pessoas adoram filmes e a ciência pode tornar-se bastante difícil de comunicar sem o apoio de recursos visuais. Achamos que o crescente campo da Comunicação de Ciência e o reconhecimento da importância dos comunicadores de ciência, aliado ao estabelecimento de novas plataformas de media e novas tecnologias na academia, criou novas oportunidades para a comunicação da ciência através dos filmes.
 
O que se segue para o ‘Life After Fire’? Têm algum projeto em mãos?
As questões científicas nunca acabam. Este projeto de investigação está a terminar agora, mas temos muitas questões de seguimento que continuaremos a explorar em projetos futuros relacionados e, esperamos, a comunicar através de futuros filmes relacionados.
What inspired you to pursue filmmaking? How did your journey begin?
We were inspired by both the challenge and the necessity to communicate research results to general audiences, thus materializing the Centre for Functional Ecology motto: “Science for People and the Planet”. Specifically, this work results from a unique congregation of efforts of researchers, science communicators, animators and illustrators to translate into animation format the outputs of scientific research. It was thought to make the information accessible to the general public and stripped as much as possible of technical terms.
 
How do you describe the premise of your short film? What was the inspiration behind the story?
After the wildfires of 2017 – the most catastrophic in Portuguese history – the entire country was in a state of shock and looking for solutions to manage and protect healthier forests that can also be safer for local populations. Working on seed dispersal, we also wondered about the role of wild animals in replanting burnt forests by feeding on their fruits and ejecting their seeds. “Life After Fire” explores the importance of animals in dispersing seeds and restoring biodiversity in burnt areas and is exemplified by the Portuguese case. It is based on results obtained from research work developed in the FCT-funded project “Life After Fire: The role of animal seed dispersal on post-fire community reassembly”.
 
What is the takeaway you hope audiences leave with after watching your film?
The takeaway message from our short is that biodiversity and the complex network of inter-dependencies between plants and animals are vital for human well-being and provide a free service often hidden from the public eye. If animal populations continue to decline, the loss of these services provided by wild animals would cost us over 23 million euros to replace in Portugal alone, and we would never be able to do it as well as they do.
 
Why do you think science is getting more attention in films and film festivals these days?
Because people love films, and science can become quite cumbersome to communicate without visual aids. We think that the growing field of Science Communication and the recognition of the importance of science communicators, allied with the establishment of new media platforms and new technologies in academia, has created new opportunities for science communication through films.
 
What’s next for ‘Life after fire’? Do you have any projects in the works?
Scientific questions are never over. This research project is now ending, but we have many follow-up questions that we will continue to explore in future related projects and hopefully communicate with future related films.
23 NOV
Disponível para visualização durante 24horas • Available for 24 hours
 
Ano • Year : 2024
Duração • Runtime: 3′
País • Country: Portugal
 
Língua • Language: Portuguese
Legendas • Subtitles: English
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