EXPERIMENTAL • EXPERIMENTAL
Más cables que personas
Camila Dron
MÁS CABLES QUE PERSONAS mergulha no interior do corpo humano, através da combinação de várias técnicas e suportes de animação. Imagens geradas por computador do corpo são repetidas sobre cianótipos e se desintegram à mercê da inteligência artificial, sob um lema: ser deliberadamente irreal é um sinal de honestidade.
MÁS CABLES QUE PERSONAS plunges into the interior of the human body, through the combination of various animation techniques and supports. Computer-generated images of the body are repeated over cyanotypes and disintegrate at the mercy of artificial intelligence under a motto: being deliberately unreal is a sign of honesty
CONHECE O REALIZADOR • MEET THE DIRECTOR
Camila Dron
O que te inspirou a seguir cinema? Como começou esta tua jornada?
Faz dois anos que me licenciei em Artes Audiovisuais. Embora já trabalhasse bastante no mundo da ficção, durante a pandemia aprendi a realizar processos fotográficos alternativos. Desde então, mergulhei no mundo do cinema sem câmara, experimentando com suportes e diferentes materiais para produzir as minhas obras.
Como descreves a premissa da tua curta-metragem? Qual foi a inspiração para a história?
Há alguns anos, li Sobre a Fotografia de Susan Sontag e descobri algo que, de certo modo, já sabia, mas escolhia ignorar diariamente: nenhuma fotografia é uma representação análoga da realidade. Nesse sentido, uma imagem computadorizada, como um eletrocardiograma, pode ser uma representação muito fiel à realidade, apesar de ser uma imagem abstrata. Com essa premissa, comecei a explorar e investigar essas imagens, aproveitando a sua ambiguidade para realizar diferentes experimentos, o que resultou numa série de curtas-metragens, incluindo ‘Más cables que personas’.
Qual é a mensagem que esperas que o público retenha depois de assistir ao teu filme?
Em relação à interpretação: nenhuma. Cada pessoa é livre para pensar o que quiser 🙂
Porque achas que a ciência está a receber mais atenção dos cineastas e festivais de cinema atualmente?
Sim, claro. Não só por questões temáticas. O cinema tem uma raiz altamente científica. Está cheio de novos realizadores que estão a experimentar com fenómenos ópticos, materiais, sonoros. É um campo bastante amplo, pois pode abranger muitas disciplinas.
What inspired you to pursue filmmaking? How did your journey begin?
Two years ago, I graduated in Audiovisual Arts. Although I had been working a lot in the world of fiction, during the pandemic I learned to carry out alternative photographic processes. Since then, I’ve immersed myself in the world of cameraless cinema, experimenting with different media and materials to create my works.
How do you describe the premise of your short film? What was the inspiration behind the story?
A few years ago, I read On Photography by Susan Sontag and discovered something I had always known yet chose to ignore: no photograph is an analogue representation of reality. In that sense, a computerised image, such as an electrocardiogram, can be a very faithful representation of reality, even though it’s an abstract image in itself. With this idea, I started exploring and investigating these images, taking advantage of their ambiguity to conduct different experiments, resulting in a series of short films, including ‘Más cables que personas’.
What is the takeaway you hope audiences leave with after watching your film?
Regarding interpretation: none. Each person is free to think whatever they like 🙂
Why do you think science is getting more attention in films and film festivals these days?
Yes, absolutely. Not just for thematic reasons. Cinema has highly scientific roots. It’s full of new directors experimenting with optical, material, and sound phenomena. It’s a fairly broad field as it can encompass many disciplines.