EXPERIMENTAL • EXPERIMENTAL
Mushrooms in Space
Rosi Bundz
Cogumelos e espaço… duas palavras que não parecem ter nada a ver uma com a outra. Na verdade, têm. Um astrofísico apresenta a surpreendente história dos cogumelos no espaço. Os fungos foram descobertos pela primeira vez na estação MIR, em meados dos anos 90. E os cientistas não pararam de estudá-los desde então, porque eles prosperam no espaço. Já chegaram à Estação Espacial Internacional (ISS) e podem até ser usados como material de construção em outros planetas.
Mushrooms and space…two words that don´t seem to have anything to do with each other. As it turns out, they do. An astrophysicist presents the surprising story of mushrooms in space. Fungi were first discovered on the MIR station in the mid 90s. And scientists have not stopped studying them since, because they thrive in space. They have made it to the ISS and may even be used as building material on other planets.
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Rosi Bundz
O que te inspirou a seguir cinema? Como começou esta tua jornada?
Quando comecei a estudar jornalismo, o foco da universidade era principalmente em media impressa e rádio e a maioria dos meus colegas queria escrever para grandes jornais. No entanto, tivemos um breve curso de jornalismo de televisão e essa experiência mudou completamente a minha perspetiva. Descobri o poder da narrativa visual e fiquei imediatamente cativada pela capacidade única do cinema de transmitir emoção, de conectar com o público e de dar vida às histórias de uma forma que outros meios não conseguiam. A partir desse momento, soube que queria seguir o cinema, independentemente de onde essa jornada me levasse. E, sendo um grande fã de cinema, parecia o encaixe perfeito.
Desde então, aproveitei todas as oportunidades que pude, começando com estágios para ganhar experiência, mergulhando em diferentes aspetos da produção e aprendendo na prática. Esse caminho prático é o que realmente moldou a minha abordagem ao cinema e me ajudou a encontrar o meu lugar na indústria.
Como descreves a premissa da tua curta-metragem? Qual foi a inspiração para a história?
A inspiração para o filme começou com uma experiência transformadora num pequeno festival de cinema em Maine, inteiramente dedicado a fungos. O festival apresentava curtas-metragens com técnicas de narrativa criativas, todas focadas no fascinante mundo dos cogumelos. Essa experiência fez-me lembrar da liberdade artística e da diversidade que me atraíram para o cinema inicialmente. Trabalhar com grandes redes envolve geralmente várias vozes a guiar a direção, então senti uma vontade intensa de sair dessas restrições e perseguir um projeto verdadeiramente independente, que fosse totalmente meu.
A partir daí, os cogumelos foram uma escolha fácil. Mas queria um ângulo único para destacar a história e depois de refletir, lembrei-me das minhas colaborações com um astrofísico cuja paixão pelo espaço sempre me inspirou. Isso despertou a ideia de combinar dois mundos – cogumelos e espaço. Quando pesquisei mais a fundo, descobri uma história que valia a pena contar na interseção desses campos, oferecendo uma perspetiva fresca que combina os mistérios da natureza com as maravilhas do cosmos.
Qual é a mensagem que esperas que o público retenha depois de assistir ao teu filme?
A minha esperança é que o público saia do filme com um renovado sentido de curiosidade e admiração tanto pelo mundo microscópico como pelo cósmico. O filme une dois mundos aparentemente distantes – cogumelos e espaço – e, através disso, espero que os espectadores percebam como tudo pode estar interligado, desde os fungos debaixo dos nossos pés até às galáxias longínquas. Gostaria que o público valorizasse a resiliência e adaptabilidade dos cogumelos, qualidades que a humanidade também precisa para explorar e entender o nosso lugar no universo.
Porque achas que a ciência está a receber mais atenção dos cineastas e festivais de cinema atualmente?
A ciência está a ganhar mais atenção em filmes e festivais porque as pessoas estão cada vez mais interessadas em entender o mundo ao seu redor e abordar questões complexas através de uma lente criativa. As histórias científicas permitem que cineastas explorem temas atuais como mudanças climáticas, exploração espacial, saúde e tecnologia, tornando-os acessíveis e envolventes para um público amplo. Além disso, com os rápidos avanços da ciência, mais histórias cativantes e possibilidades visuais se abrem para os cineastas, que agora podem usar gráficos e simulações poderosos para dar vida a fenómenos científicos de maneiras que antes não eram possíveis. Isso está alinhado com uma tendência maior em que as pessoas são atraídas por conteúdos que não só entretêm, mas também educam, inspirando discussões sobre desafios globais e perspetivas pessoais na exploração científica.
O que se segue para o ‘Mushrooms in Space’? Tens algum projeto em mãos?
Atualmente, estou a trabalhar num filme mais longo, focado na ciência da neurodiversidade para uma grande rede, o que é uma oportunidade fantástica para sensibilizar sobre um tema importante. Também estou a desenvolver um documentário histórico sobre a Juventude Hitlerista no sul da Alemanha, lançando luz sobre um capítulo complexo da história.
Mas não consigo afastar o meu fascínio pelo espaço – nem a liberdade criativa de fazer cinema independente! Espero que ‘Mushrooms in Space’ não seja a minha última incursão em histórias deste tipo, que ultrapassam fronteiras e misturam géneros. Projetos independentes como este oferecem uma saída criativa única que me alimenta profundamente. Estou definitivamente pronta para mais.
What inspired you to pursue filmmaking? How did your journey begin?
When I first started studying journalism, the focus of the university was primarily on print and radio, with most of my peers aspiring to write for established newspapers. However, we had a brief course in TV journalism, and that experience completely shifted my perspective. I discovered the power of visual storytelling and was immediately captivated by the unique ability of film to convey emotion, connect with audiences, and bring stories to life in a way that other media couldn’t. From that moment, I knew I wanted to pursue filmmaking, no matter where that journey would take me. And since I was always a film nerd, it seemed like the perfect match.
Since then, I’ve pursued every opportunity I could, starting with internships to gain experience, immersing myself in different aspects of production, and learning on the ground. This hands-on path is what truly shaped my approach to filmmaking and helped me find my way in the industry.
How do you describe the premise of your short film? What was the inspiration behind the story?
The inspiration behind the film began with a transformative experience I had at a small film festival in Maine. The festival was entirely dedicated to fungi and featured short films showcasing creative storytelling styles and techniques, all centered around the fascinating world of mushrooms. This experience reminded me of the artistic freedom and diversity that first drew me to filmmaking. Working with major networks often involves multiple voices guiding the direction, so I felt an intense drive to step outside those constraints and pursue a truly independent project that would be my own.
From there, mushrooms were an easy choice. But I wanted a unique angle to make the story stand out, and after brainstorming, I remembered my collaborations with an astrophysicist whose passion for space has always inspired me. That sparked the idea of blending two worlds—mushrooms and space. When I researched further, I discovered a story worth telling at the intersection of these fields, offering a fresh perspective that combines nature’s mysteries with the wonders of the cosmos.
What is the takeaway you hope audiences leave with after watching your film?
My hope is that audiences leave the film with a renewed sense of curiosity and wonder for both the microscopic and cosmic worlds. The film bridges two seemingly distant realms—mushrooms and space—and through that, I hope viewers come to see how connected everything can be, from the fungi beneath our feet to the galaxies far beyond. I’d like audiences to appreciate the resilience and adaptability of mushrooms, which parallels the qualities humanity needs to explore and understand our place in the universe.
Why do you think science is getting more attention in films and film festivals these days?
Science is gaining more attention in films and film festivals because people are increasingly interested in understanding the world around them and tackling complex issues through a creative lens. Science stories allow filmmakers to explore timely themes like climate change, space exploration, health, and technology while making them accessible and engaging to a wide audience. In addition, as science itself advances rapidly, more captivating stories and visual possibilities open up for filmmakers, who can now use powerful graphics and simulations to bring scientific phenomena to life in ways that weren’t possible before. This aligns with a larger trend where people are drawn to content that not only entertains but also educates, sparking discussions around pressing global challenges and personal perspectives on scientific exploration.
What’s next for ‘Mushrooms in Space’? Do you have any projects in the works?
Currently, I’m diving into a longer, science-focused film on neurodiversity for a major network, which is a fantastic opportunity to raise awareness on a crucial topic. Alongside that, I’m working on a historical documentary on the Hitler Youth’s activities in Southern Germany, shedding light on a complex chapter of history.
Yet, I can’t shake my fascination with space—or the freedom of independent filmmaking! I’m hopeful that Mushrooms in Space won’t be my last journey into these kinds of stories that push boundaries and blend genres. Independent projects like this offer a unique creative outlet that feels nourishing to me. So I´m definitely in for more.