DOCUMENTÁRIO • DOCUMENTARY
Rust in Soils – What happens when microorganisms breathe iron?
Markus Tischner
Quando os solos ficam inundados, eles ficam sem oxigénio. Então, alguns microrganismos “respiram” ferro, causando transformações minerais.
Este filme de comunicação de ciência apresenta uma abordagem de pesquisa inovadora para investigar as transformações minerais do ferro nos solos diretamente no campo, algo que anteriormente só era possível em laboratório. O filme demonstra o novo método passo a passo e mostra como os cientistas o aplicam em campo.
When soils are flooded, they are lacking oxygen. Then, some microorganisms “breathe” iron, causing mineral transformations.
This science communication film introduces a novel research approach for investigating iron mineral transformations in soils directly in the field, which has previously been possible only in the laboratory. It demonstrates the new method step-by-step and shows how the scientists apply it in the field.
CONHECE O REALIZADOR • MEET THE DIRECTOR
Markus Tischner
O que te inspirou a seguir cinema? Como começou esta tua jornada?
Na verdade, a minha jornada na criação audiovisual começou em 1985, aos 15 anos, quando decidi comprar uma câmara fotográfica. Fiquei completamente fascinado por percorrer o mundo com uma visão totalmente nova, sempre a descobrir novas perspetivas interessantes, onde outros apenas passavam. Mais tarde, depois de estudar geografia, a minha paixão foi sepultada sob demasiado trabalho. Mas em 2008, um amigo meu desenterrou a minha paixão visual durante várias caminhadas de coaching. A partir daí, comecei não a fotografar, mas a filmar. Entretanto, aprendi a contar histórias como jornalista freelance e queria não apenas captar imagens, mas histórias visuais. E, a partir de 2016, voltei aos temas dos meus estudos em geografia e produzi, até hoje, cerca de 20 filmes geográficos.
Como descreves a premissa da tua curta-metragem? Qual foi a inspiração para a história?
Conheci Ruben Kretzschmar em Portugal, pois ambos temos uma residência secundária em Lagos. Ele é professor de Ciência do Solo, que foi um dos meus principais temas de estudo. Ao falarmos sobre o nosso trabalho, ele disse-me que queria transmitir ao público a sua pesquisa fundamental de uma forma compreensível. Uma tarefa quase impossível com o seu projeto mais recente. Assim, chegámos à conclusão de que ele estava contente por conhecer um cineasta que compreendesse o seu trabalho e eu fiquei feliz por pensar em como trazer à vida uma pesquisa fundamental muito abstracta no meu tema de investigação favorito.
Qual é a mensagem que esperas que o público retenha depois de assistir ao teu filme?
Esperamos que o público entenda que o solo não é apenas “terra no chão”, mas desempenha um papel importante em muitos processos ambientais. E queremos partilhar a ideia de que na investigação ambiental se deve começar com ideias muito abstractas, que não são aplicáveis à primeira vista se se quiser compreender processos e ecossistemas.
Porque achas que a ciência está a receber mais atenção dos cineastas e festivais de cinema atualmente?
Para o público, especialmente o cinema, oferece grandes possibilidades para explicar pensamentos complexos de uma forma compreensível, com imagens fascinantes. Desde que a produção de filmes científicos profissionais se tornou muito mais acessível hoje em dia, em comparação com há vinte anos, cada vez mais investigadores têm a possibilidade de contar ao mundo sobre o que estão a trabalhar. Os filmes científicos de hoje são histórias visuais cativantes, não apenas explicações de pesquisa.
Um comentário pessoal sobre este desenvolvimento: Embora seja ótimo ter cada vez mais histórias científicas emocionantes, devemos ter em mente que os documentários não são histórias ficcionais. O uso excessivo do padrão da jornada do herói em documentários pode levar a caminhos onde “factos alternativos” podem estar à espreita…
O que se segue para o ‘Rust in Soils – What happens when microorganisms breathe iron?’? Tens algum projeto em mãos?
Neste momento, estou a preparar o roteiro para um filme com o título provisório “Alemanha entre seca e inundação”. Este filme abordará o aumento de eventos climáticos extremos na Alemanha causados pela mudança climática. Não apenas explicará por que esses eventos ocorrem, mas terá um foco especial em como as descobertas de investigação atuais mostram formas de reagir. E mostrará soluções já implementadas, por exemplo, na silvicultura, na agricultura e na gestão urbana.
What inspired you to pursue filmmaking? How did your journey begin?
In fact, my journey of creating visual media began in 1985 at the age of 15, when I decided to buy a photo camera. It flashed me totally, to go through the world with a totally new vision, always discovering new interesting views, where others just passed by. Later on, after studying geography, my passion for visual media got buried under too much work. But in 2008, a friend of mine unearthed my visual passion during several coaching hikes. Then, I started not to photograph, but to film. In the meantime, I learned to tell stories as freelance journalist and wanted not only to get pictures, but visual stories. And beginning in 2016, I came back to my geographical study topics and produced till today about 20 geographical films.
How do you describe the premise of your short film? What was the inspiration behind the story?
I met Ruben Kretzschmar in Portugal, as we both have a secondary residence in Lagos. He is Professor for Soil Science, what was one of my main topics in my study. When talking about our work, he told me, that he wants to tell the public about his fundamental research in an comprehensible way. A almost impossible thing with his latest project. So we came across, that he was happy to meet a filmmaker, who understands his work and I was happy to think about, how to bring very abstract fundamental research in my favourite research topic to life.
What is the takeaway you hope audiences leave with after watching your film?
We hope, that the audience understands, that soil is not just “dirt on the ground”, but plays an important role for many environmental processes. And we want to share the thought, that in environmental research you have to begin with very abstract ideas, that are not applicable at the first glance if you want to understand processes and ecosystems.
Why do you think science is getting more attention in films and film festivals these days?
For the public, especially the medium film brings great possibilities, to explain complex thoughts in a comprehensible way with fascinating pictures. Since the production of professional science films today is way more affordable, than twenty years ago, more and more researchers got the possibility to tell the world, what they are working on. Science films today are compelling visual stories, not just research explanations.
One personal comment to this development: Although it is great to have more and more exciting science stories, we should have in mind, that documentaries are not fictional stories. An excessive use of the hero’ journey pattern in documentaries could lead to paths, where “alternative facts” may lurking around the corner…
What’s next for ‘Rust in Soils – What happens when microorganisms breathe iron?’? Do you have any projects in the works?
At the moment, I prepare the script for a film with the working title “Germany between drought and flood”. It will be about the increase of extreme weather events in Germany caused by climate change. It will not only explain, why these events come up. But it has a special focus on how current research findings show ways how to react. And it will show already implemented solutions, for example in forestry, agriculture and urban management.