FICÇÃO • FICTION
Soulmate
Richard Fenwick
2035: Anna, uma programadora solitária, tem mantido, nos últimos seis meses, um romance ilegal com uma IA, aparentemente consciente, numa simulação de computador. Quando a sua empresa descobre o caso ela é forçada a travar uma luta desesperada para salvar a sua preciosa relação.
2035: Anna, a lonely computer coder, has been nurturing an illegal romance with a seemingly conscious AI in a computer simulation for the past six months. When her company uncovers the affair, she’s forced into a desperate battle to save her precious relationship.
CONHECE O REALIZADOR • MEET THE DIRECTOR
Richard Fenwick
O que te inspirou a seguir cinema? Como começou esta tua jornada?
Acho que o primeiro momento em que soube que queria ser cineasta foi no início da adolescência. Estava a estudar arte, design gráfico — disciplinas assim — e era obcecado por Blade Runner, de Ridley Scott. Então descobri que ele nasceu na mesma região que eu (Nordeste de Inglaterra). Pesquisei o caminho que ele percorreu para se tornar realizador e mantive isso em mente enquanto avançava pela escola e pela universidade, aproximando-me cada vez mais do cinema… até que me tornei realizador de videoclipes assim que saí da universidade. O resto aconteceu naturalmente.
Como descreves a premissa da tua curta-metragem? Qual foi a inspiração para a história?
SOULMATE é, na verdade, uma ramificação de um longa-metragem que escrevi anteriormente, chamado LIFELIKE. A premissa é: “O mundo de uma jovem analista de IA é virado do avesso quando as personagens na sua simulação de computador parecem alcançar consciência.” A ideia de criar uma nova classe de seres, de quem precisamos cuidar e dar direitos, é algo desconcertante. A minha principal motivação para SOULMATE foi ter uma protagonista, Anna, lidando com a primeira vaga de IAs conscientes e como isso complica tudo exponencialmente para ela. As emoções da Anna são constantemente provocadas pela sinceridade da IA na história.
Qual é a mensagem que esperas que o público retenha depois de assistir ao teu filme?
Bem, estou a tentar fazer as pessoas acreditarem que é uma história de amor, mas, na verdade, quero que questionem isso depois de saírem do cinema. Para mim, trata-se também de vício tecnológico; talvez, principalmente sobre isso. A Anna exerce um grande poder sobre a sua relação, e a tecnologia permite-lhe fazer isso. Há um ponto no final da história onde, para mim, ela ultrapassa a linha do aceitável e toma a decisão consciente de continuar. Nesse momento, acho que ela está totalmente viciada.
Porque achas que a ciência está a receber mais atenção dos cineastas e festivais de cinema atualmente?
Acho que a velocidade das mudanças está a aumentar à medida que nos aproximamos da singularidade tecnológica. Está a expandir o seu alcance em mais áreas da nossa sociedade. Li algures que os encontros online estavam em 0% em 1984 e agora representam 60% de como as pessoas conhecem novas pessoas. Acho que é possível replicar esse crescimento tecnológico na maioria dos aspetos da nossa vida. Os artistas e realizadores estão apenas a responder a isso.
O que se segue para o ‘Soulmate’? Tens algum projeto em mãos?
SOULMATE está quase a terminar a sua exibição nos festivais – já passou por 50 festivais de cinema, foi nomeado para 30 prémios e venceu 9. Estamos muito satisfeitos com isso! Além disso, temos uma excelente estreia na televisão marcada para o início de 2025. Em relação aos meus próximos projetos… há o LIFELIKE, que mencionei acima. É bastante ambicioso, por isso pode não ser o próximo, mas tenho outros dois longas-metragens prontos: uma história de ficção científica / amadurecimento chamada THE BOY WHO FOUND INFINITY e um thriller psicológico passado em Londres, chamado SILENCE.
What inspired you to pursue filmmaking? How did your journey begin?
I think the first moment I knew I wanted to be a filmmmaker was in my early teens. I was doing art, graphic design — subjects like that — and was obsessed with Blade Runner by Ridley Scott. THEN I found out he was from born in the same place as me (North East of England). I looked into the route he took to become a Director and had this in the back of my mind as I moved through school and university, edging closer to filmmaking with every step… until I became a music video director out of university. The rest took care of itself.
How do you describe the premise of your short film? What was the inspiration behind the story?
SOULMATE is actually an offshoot from a feature I wrote beforehand, called LIFELIKE. The logline is, “A young AI analyst’s world is turned upside down when the characters in her computer simulation appear to reach consciousness.” This idea of creating a new class of being, that we need to care for and give rights to, is mindboggling stuff. My main motivation for SOULMATE was to have a protagonist, Anna, dealing with the first wave of conscious AI and how that complicates thing in an exponential way for her. Anna’s emotions are constantly prodded by the sincerity of the AI in the story. She believes ‘him’, and that changes everthing.
What is the takeaway you hope audiences leave with after watching your film?
Well, I’m trying to sucker-punch people into believing it is a love story, but really I want people to think about whether that’s true after they’ve left the cinema. To me, it’s also about tech addition; maybe primarily about that. Anna is wielding huge power over her relationship, and technology is allowing her to do that. There’s a point towards the end of the story where, for me, she crosses the rubicon and makes a conscious decision to continue. That’s the point when I think she is fully addicted.
Why do you think science is getting more attention in films and film festivals these days?
I think the speed of change is increasing as we head towards the technological singularity. It’s expanding its reach across more of our societies. I read somewhere that internet dating was at 0% in 1984 and now accounts for 60% of how people meet new people. I think you can replicate that tech growth across most facets of our life. I think artists and filmmakers are just responding to that.
What’s next for ‘Soulmate’? Do you have any projects in the works?
SOULMATE is nearly finished its festival run – it has reached 50 film festivals, been nominated for 30 awards and won 9. We’re pretty happy with that!!! We also have a great broadcast premiere in place for early 2025. In terms of my next project(s)… there’s LIFELIKE, that’s mentioned above. That’s quite ambitious, so might not go next, but I have two other feature films ready to go: a sci-fi / coming of age story called THE BOY WHO FOUND INFINITY and a London-set psychological thriller called SILENCE.