FICÇÃO • FICTION
Toast
Scohy Thomas
Jacky e Francis acabaram de lançar o seu primeiro foguete com uma missão: filmar a Terra a partir do espaço. Mas este desviou-se da sua trajetória… Agora precisam de recuperar a câmara a bordo para evitar serem apanhados pela polícia. Eles vão ao encontro do Sr. Chicken, o infeliz homem que viu a sua casa ser atingida pelo foguete deles.
Jacky and Francis have just launched their first rocket with one mission : film the Earth from space. But the latter has deviated from its trajectory… They must now recover the onboard camera to avoid being arrested by the police. They go to the bedside of Mr Chicken, the unfortunate man who saw his house hit by their rocket.
CONHECE O REALIZADOR • MEET THE DIRECTOR
Scohy Thomas
O que te inspirou a seguir cinema? Como começou esta tua jornada?
Descobri o meu interesse pelo cinema durante os estudos de engenharia. Sentia-me aborrecido com a matemática e fiquei muito entusiasmado quando dirigi a minha primeira curta-metragem. No entanto, concluí o curso, trabalhei cinco anos como engenheiro, antes de perceber que precisava de mudar de profissão. Então criei uma produtora, comecei a realizar filmes corporativos para ganhar a vida e ganhei tempo para escrever os meus projetos pessoais. Desde o ponto de viragem da minha carreira, em 2013, dirigi uma dúzia de curtas-metragens.
Como descreves a premissa da tua curta-metragem? Qual foi a inspiração para a história?
Muitos membros da minha família são teóricos da conspiração sobre diversos temas, como saúde, vacinas. Queria brincar com isso, mas de forma indireta. Os meus coautores e eu escolhemos os terraplanistas como personagens principais (o que não é uma crença da minha família). A história foi então inspirada em Mad Mike, um terraplanista que construiu o seu próprio foguete para provar que a Terra é plana, lançou-o (sendo ele o piloto), caiu e morreu. Em Toast, eles não se matam, mas acabam por destruir a vida e a família de alguém.
Qual é a mensagem que esperas que o público retenha depois de assistir ao teu filme?
A principal mensagem seria “a conspiração mata” e, mais genericamente, “a ignorância mata.” Enquanto a Internet deveria ajudar a disseminar o conhecimento, está a acontecer exatamente o oposto, o que é muito triste.
Porque achas que a ciência está a receber mais atenção dos cineastas e festivais de cinema atualmente?
Cada vez mais pessoas têm dúvidas e deixam de acreditar na ciência, quando a ciência nada tem a ver com crença. Acho que isso é assustador. Os teóricos da conspiração aproveitam o facto de que as religiões estão a declinar para preencher a necessidade das pessoas em acreditar em algo e isso é realmente preocupante nesta era moderna e conectada. Por isso, é importante falar sobre ciência e sobre como os cientistas trabalham. Se o cinema pode ajudar, vamos a isso!
O que se segue para o ‘Toast’? Tens algum projeto em mãos?
Espero que Toast seja selecionado em outros festivais. Neste momento, estou a trabalhar na minha primeira longa-metragem, que será uma comédia de humor negro sobre a morte.
What inspired you to pursue filmmaking? How did your journey begin?
I discovered my interest in filmmaking during my engineering studies. I felt bored by mathematics and got very enthusiastic when I directed my firt short film. Yet, I achieved my engineer degree, then worked 5 years as an engineer, before realizing I needed to change job. I then created a production company, started to direct corporate movies to earn a living, and got time to write my personal projects. I have directed a dozen a short films since my career turning point, in 2013.
How do you describe the premise of your short film? What was the inspiration behind the story?
Lots of my family members are conspiracy theorists, about different topics such as healthcare, chemtrails, vaccines. I wanted to make fun of them but not in a direct way. My cowriters and I chose flat earthers as main characters (which is not a belief of my family). The story is then inspired by Mad Mike, a flat earther that built his own rocket to prove that Earth is flat, launched it (he was the pilot), crashed, and died. In Toast, they do not kill themselves, but they destroy someone’s life and family.
What is the takeaway you hope audiences leave with after watching your film?
The main message would be “conspiracy kills », and more generally, “ignorance kills ». Whereas Internet is supposed to be an help to spread the knowledge, the exact opposite is happening, which is very sad.
Why do you think science is getting more attention in films and film festivals these days?
More and more people have doubts and don’t believe anymore in science, whereas science is all but a question of belief. I think this is very frightening. Conspiracy theorists use the fact that religions are declining to match people’s need for believing in something, and that’s truly a great concern about our connected and modern era. So this is important to talk about science, and talk about how scientists work. If film making can help, let’s do this!
What’s next for ‘Toast’? Do you have any projects in the works?
I hope Toast will have other selections. Right now, I’m working on my first feature film, which will be a dark humour comedy, about death.
